Dainichi Nyorai

Dainiti Nyorai é o Buda que “Ilumina por completo com a luz  da grande sabedoria”. É o Mestre Budista reverenciado como a origem de todo o ser. Sua imagem é desenhada no Mandala, meditando sentado na flor de lótus. No centro do Mandala há o desenho do Dainiti Nyorai, e ao seu redor estão desenhados vários Deuses, a começar pelos Santos Budistas e os Budas que tem o propósito como salvadores do povo. A relação entre Dainiti Nyorai e outros Deuses se assemelha a relação entre várias partes do corpo humano como os olhos e nariz, o pulmão e fígado, o sangue e os ossos. Separando as pernas, braços ou cada parte dos órgãos internos, vemos que possuem formas e funções diferentes. Ao observar o corpo como um todo, notamos que cada um tem uma relação complexa de funcionamento para a atividade vital. O Dainiti Nyorai seria a representação do próprio universo, e os demais Budas e Deuses que estão representados no Mandala seriam os elementos componentes da atividade do Universo simbolizando as suas funções. Os Deuses e demônios de qualquer religião seriam todos a face do Dainiti Nyorai, simbolizando um elemento necessário para a atividade do Universo. Mesmo sendo uma partícula de poeira, é um elemento necessário para a atividade do Dainiti Nyorai, e também pode se dizer que uma partícula da poeira é o Dainiti Nyorai.

Fudô – Myoô

Este nome significa o “Protetor Inabalável”, e o “Myoô” quer dizer “O Grandioso que mantém o Shingon com o poder dos Budas”.

Ao recitar o Shingon, a luz da sabedoria romperá a escuridão da agonia ou da dúvida. Dizem que Myoô são aqueles que possuem o Shingon com grande potência, e o que tem a força superior é o Fudou-Myoô.

Ele é a figura do Dainiti-Nyorai com a aparência extremamente furiosa que surgiu para eliminar os maus espíritos das pessoas. Pode-se dizer que é o mensageiro do Nyorai que recebeu as instruções para confrontar com grande fúria aos que não dão ouvidos às pregações gentis ou que ameaçam o Budismo. Porém, assim como os pais repreendem os filhos pensando no bem deles, no interior dessa face furiosa, ele é conhecido como o lado afetivo misericordioso.

Dizem que essa aparência majestosa de dignidade faz os demônios causadores de desgraças se renderem, e também faz atrair a crença por proteger os praticantes do budismo que enfrentam grandes sofrimentos.

Uma característica da sua figura é que ele está sentado sobre uma rocha, enquanto o Buda está sentado em cima de uma flor de lótus. Por trás de sua figura, saem chamas de fogo. O ato de colocar o seu corpo na chama e se transformar na própria chama demonstra a sua enorme determinação de queimar todo o desejo maligno existente. Na mão direita ele segura uma espada que é o símbolo da sabedoria, e na mão esquerda segura um cordão. Isto representa que com a mão direita julga os desejos malignos e com a mão esquerda atrai todos os seres vivos para conduzi-los ao caminho certo. Por exemplo, se tiver alguém tentando praticar o roubo, mesmo que tenha que prendê-lo com as cordas, há o seu lado severo de impedi-lo que pratique tal ato para não aumentar ainda mais o seu pecado. Em relação aos demônios também é igual, possui o poder de imobilizar qualquer demônio independente da força que ele tiver.

Kôbôdaishi (Kûkai) – d.c. 774~835

É o fundador do Shingonshu e o seu nome é Kukai. O Kobo-Daishi significa “O Grande Mestre que divulgou os ensinamentos”. É chamado amigavelmente de “Odaishi-Sama” (“Grande Mestre”). Na sua mão direita segura o Gokusho (Vajra) que é o símbolo de sabedoria do Buda, virando a palma da mão para o nosso lado, e na mão esquerda, é comum ver a representação da sua figura segurando o “Nenju”.

O Grande Mestre nasceu no ano 774, e o seu nome de infância era “Mao”. Ele era uma criança muito inteligente e por indicação de seu tio estudou na faculdade da capital na época. Porém, logo começou a questionar sobre o ensino da faculdade achando que era insuficiente para resolver tantas contradições da sociedade. E numa ocasião em que conheceu um monge, parou de frequentar a faculdade e começou a praticar os ensinamentos no meio da natureza fazendo a peregrinação pelas montanhas. Ao mesmo tempo frequentava o templo da capital estudando as teorias. Aos 22 ou 25 anos encontrou o livro sagrado “Dainiti-Kyo” dentro de um depósito e ficou espantado com o seu conteúdo, mas na época não havia ninguém no Japão que conseguia explicar essas escrituras sagradas. Então ele decidiu ir para a China, e chegando lá, além do ensinamentos Budistas aprendeu também sobre outras culturas e religiões. Passando aproximadamente um ano após a chegada à China, encontrou com monge chamado “Keika-Ajari”, que estava no topo dos ensinamentos.

Com a morte de Keika-Ajari, o Grande Mestre resolveu retornar ao Japão imediatamente, cancelando o plano de estudo de 20 anos no exterior. Isto implicava na quebra de contrato como um monge de estudos no exterior e considerava a pena de morte. No entanto, aquilo que o Grande Mestre havia aprendido tinha valor suficiente para reverter essa situação. Ele entregou o seu relatório contando sobre esse fato para o tribunal imperial, e por sorte, havia uma pessoa capaz de compreender o relatório e avisar sobre a sua importância ao Imperador.

Assim a sua pena foi isenta e teve a aprovação para fundar o Shingonshu. O Grande Mestre era contra o Budismo da época que apenas fazia a pesquisa sobre as escrituras e descuidou-se da salvação ao povo. Ao mesmo tempo que transmitia os ensinamentos , utilizando os conhecimentos que adquiriu na China comandava as obras de construções de várias regiões, como também fundou as escolas para o povo, tendo uma atuação muito ativa.

Porém, Mesmo para o Grande Mestre chegou a hora da morte. Ao saber que lhe restavam pouco tempo de vida, o Grande Mestre afastou-se da capital e passou a confinar-se no Koya-San. Assim entregando o serviço aos seus discípulos, partiu para a meditação da eternidade prometendo a salvação de toda a humanidade. E ainda hoje o Grande Mestre continua com a sua meditação.

Kannon-Bosatsu

O nome oficial de Kannon-Sama como é chamado amigavelmente, na realidade é “Kanseon-Bosatsu” ou “Kanjizai-Bosatsu”. O significado desse nome é “Aquele que ouve a voz de quem o procura por todo mundo e oferece a ajuda” ou “Aquele que observa todas as coisas com total liberdade”. Relata a escritura sagrada de Kannon-Sama é representado de diversas formas de acordo com a capacidade de adquirir os ensinamentos das pessoas que procuram pela salvação.

O seu caráter é de profunda compaixão, e se a pessoa que estiver sofrendo, chamá-lo com toda a devoção que num instante surgirá na sua frente e afastará o sofrimento.

Jizô-Bosatsu

Assim como a terra que possui o poder de sustentar todas as vidas, ele é o Buda que tem um grande poder de salvar as pessoas do sofrimento, cobrindo-as com a infinita alma misericordiosa. A princípio ele está na posição de vestir as melhores roupas, assim como os outros Santos Budistas, mas ele usa roupas extremamente simples de um monge, raspa os cabelos e fica com a aparência de um aprendiz Budista. Esta é a demonstração da prática da sua determinação de estar próximo ao povo sofredor para realizar a salvação. Esta denominação não mudará enquanto não terminar de salvar todas as pessoas que estiverem sofrendo. Devido a forte crença da sua prioridade de salvação aos que estão numa posição inferior, acredita-se fielmente que ele seja o protetor de crianças. 

Dizem que Jizou-Bosatsu é um Buda da atualidade, que após o falecimento de Shaka-Nyorai, se encarregou de realizar a salvação até o nascimento do “Miroku Bosatsu”, o Buda do futuro jurando “Ter como se fosse o seu próprio sofrimento todo o sofrimento das pessoas, e assim sentir o sofrimento no lugar dessa pessoa que está sofrendo”. E na sua mão esquerda segura uma pedra preciosa chamada “Nyorai-Houshu” com o poder de realizar os sonhos que quiser. Isto representa que além de afastar o sofrimento significa também a realização de qualquer desejo.


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